quarta-feira, 31 de outubro de 2012

UM ALVOROÇO DENTRO DO BUSÃO...

UM ALVOROÇO DENTRO DO BUSÃO

                                                 Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
                                                
              O calor escaldante. Dentro do busão a temperatura, suponho, beirava os quarenta graus. Sem ventilador. As janelinhas escancaradas não adiantavam nada. As pessoas derretiam e como de costume, o veículo estava lotado.
              De repende, lá no fundo uma gritaria, mulheres subindo nos bancos. Outras pulavam histéricas.  Não era nada demais, apenas uma barata, quem sabe incomodada, também, com o calor, resolveu passear por entre os bancos do coletivo.
              Um valente pôs fim à balbúrdia. Tirou o sapato e numa pancada certeira estilhaçou a pobre da barata, lambrecando o assento e um grito se ouviu: eco, que nojo!
              Ninguém se atrevia a assentar-se naquele banco imundo, embora outro passageiro, tenha feito um limpeza nada muito bem feita, por sinal.
              Todos ali por perto, espantados, comentavam o péssimo estado de higiene daquele coletivo.
              - Será que esqueceram de fazer uma limpeza básica neste ônibus, a fim de evitar esse tipo de coisas!
              - Não é só isso, vejam os furos em alguns bancos e aqui o vidro está quebrado!
              - E percebam como o motorista conduz este veículo, parece que transporta animais. Um solavanco a cada instante, além de freadas bruscas. Coitados dos que viajam em pé!
              - Ufa! Mais um dia dentro de um transporte coletivo!