domingo, 29 de abril de 2012

A MOÇA LINDA DO BUSÃO


A MOÇA LINDA DO BUSÃO

                                  Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas

                                   A menina linda, dentro do ônibus, falava ao celular, conversando descontraída e animadamente com a amiga.

                                   Num dado momento, utilizou algumas palavras de baixo calão, revelando que não havia limpeza mental. Os pensamentos que emitia detectavam uma carência de higiene mental, contrastando com aquela figura linda de mulher jovem, chamando a atenção de quem a ouvia, num misto de espanto e constrangimento.

                                   Impressionante como aquela garota permanecia indiferente à impressão que causava nas pessoas que a viam e a ouviam, em seu deteriorado aspecto psicológico e ela não advertia o contraste que sua pessoa produzia naquele ambiente de um coletivo lotado.

                                    A figura linda, de fato, escondia uma pessoa feia mentalmente, porque em seu interior convivia com pensamentos que se conduziam através de palavras baixas, gírias que conflitavam com a sua beleza exterior.

                                   O cuidado com as palavras deveria ser o mesmo que se tem com o trato com as roupas. O asseio com o corpo há de ser o reflexo da limpeza interna, pura.

                                   O descuido no uso das palavras pode revelar a falta de limpeza mental que enfeia a pessoa que as expressa em suas manifestações na convivência com os seus semelhantes.

                                   Muitos que viam e ouviam aquela menina linda por fora e muito feia por dentro deixavam perceber em seus semblantes uma mescla de pena e encabulação, em face do desleixo e do desalinho, enfim, do desasseio que tanta repulsa produz.

                                   Aquela moça muito bem apresentada por fora se mostrou mentalmente desalinhada. Como pode uma pessoa permanecer indiferente à impressão causada por seu deteriorado aspecto psicológico ou deixar de perceber o contraste que sua pessoa produz no ambiente que frequenta! Que pena! Diziam alguns. Que pena!

                                   O asseio no vestir e no pensar traduzirá em limpeza na conduta?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

INTERVENÇÃO OPORTUNA

INTERVENÇÃO OPORTUNA

                                               Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas

                       Esse episódio não aconteceu num ônibus, mas num bonde. Por certo é muito antigo. Mas nada impede que o tal fato narrado possa ocorrer hoje e num busão.
                        Conta-se que “no interior de um bonde repleto de passageiros, de repente começou uma acalorada discussão. Cresciam os insultos e as palavras grosseiras.
                        Nesse momento, adentrou o veículo um moço, espanhol pelo sotaque, o qual, aproximando-se aos empurrões, perguntou o que se passava. Inteirado finalmente da origem do conflito, exclamou, surpreso, em voz bem alta:
                         - Ora, ora... Vejam só! Vocês mal se conhecem e já estão se odiando. Vamos, homens!... Que forma de conhecer-se é essa?
                        Foi tão engraçada e oportuna a intervenção, que até nos rostos em que já começava a manifestar-se um pensamento de homicídio se esboçou um sorriso pacifista.
                                                           ___

                        Isso prova, uma vez mais, a força do pensamento. Emita-o quem o emitir, será sempre a oportunidade a que fará vibrar o seu conteúdo. (Extraído do livro Intermédio Logosófico, de Carlos B. González Pecotche).  

sexta-feira, 20 de abril de 2012

O ALMOÇO DO VELHINHO


                      O ALMOÇO DO  VELHINHO

                                                       Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas

                               Meio dia. Um sol que Deus dava. O interior do ônibus era uma sauna. E para completar, lotado. Não cabia ali mais ninguém. O velhinho sentado no banco amarelo, destinado a esses passageiros. Ao seu lado, uma senhora um pouco além do peso.

                        O ancião levava em seu colo algo embrulhado em um pano branco. Lá pelas tantas, não se conteve. Abriu aquele pacote e apareceu uma vasilha, tipo marmita. Ajeitou o pano e abriu o vasilhame. Dentro estava bem acomodada uma coxinha de frango raquítica, tipo frango caipira, mergulhada numa farofa suculenta, com torresmo, rodelas de linguiça e para completar um ovo estrelado.

                        O cidadão aparentando uns oitenta anos, não teve dúvidas, tirou do bolso da camisa uma colher e começou a comer aquela cheirosa refeição. Os que estavam ali perto se entreolhavam e arregalados, principalmente a sua companheira de assento, fitavam para tudo aquilo e não acreditavam no que viam.

                        O indivíduo não se incomodava com aqueles olhares e parece que nem ouvia os comentários que circulavam pelo coletivo: - aquele senhor está almoçando dentro do ônibus. Outro dizia: - ele tem razão, já é hora. Uma mulher exclamou: - que absurdo! É pela hora da morte. Esse mundo está perdido. Quem diria. Uma moça caiu na risada e cochichou algo com a companheira ao seu lado. Um menino deixou o seu celular cair, de susto, ao se virar para ver melhor aquela cena inusitada.

                        Todos no busão já sabiam que havia alguém fazendo um banquete ali naquele local impróprio.

                        O senhor terminou a sua refeição. Limpou a colher numa ponta do pano e a retornou para o seu bolso da camisa. Fechou a vasilha, tipo marmita e a enrolou novamente naquele pano e a deixou em seu colo. Para os assistentes um alívio. Ele acabara de comer e parecia satisfeito e, com o balanço de ônibus, um pouco sonolento.

                        As coisas, então, voltavam ao normal. Mas para surpresa, principalmente de sua vizinha de banco, ele tirou do bolso da calça um palito embrulhado em um lenço. Levou a mão à boca e, pasmem, tirou nada menos que sua dentadura e, tranquilamente, iniciou uma limpeza bucal, palitando, com todo o cuidado e esmero, um por um, aqueles dentes postiços. A vizinha ao ver aquilo fez vômito. E os passageiros próximos gritaram em um só momento: Oh! 

                       

sexta-feira, 13 de abril de 2012

TÔ DENTRO DO BUSÃO. TEM BASE?

                              TÔ DENTRO DO BUSÃO. TEM BASE?

                                    Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas


                O lotação está lotado. Faz um calor incrível. Tem mais mochila e sacola aqui dentro do que passageiros.
                A cada parada as portas se abriam para entrar e sair gente e, nesse instante, passava um vento que amenizava e arejava um pouco o ambiente contaminado.
                Um cheiro insuportável percorre o coletivo de ponta a ponta. Os desodorantes que protegiam as axilas daqueles braços pendurados, certamente, estavam vencidos.
                A mulher entra com três sacolas e duas bolsas.Tenta passar pela roleta. Fica engastalhada e seu cartão não passa. Tenta uma vez, outra e, por fim, resolve pagar em dinheiro. Abre a bolsa. Tira lá de dentro uma bolsinha. Fuça. Acha umas notas e moedas. Conta e passa tudo para o trocador. Ele confere e a passageira tenta atravessar a catraca. As sacolas a impedem, mas finalmente rompe a roleta. Atrás dela se formou, nesse meio tempo, uma imensa fila.
                O coletivo segue o seu trajeto. Para num ponto e os passageiros não param de entrar. É um chega pra lá. Um esbarrão daqui, outro dali e todos vão se acomodando e amontoando ali dentro daquela “lata de sardinha”, num amassamento total.
                A viagem continua. Uns descem outros sobem, mas o busão continua cheio, lotado.
                No fundo do transporte coletivo os que ali estavam ficam incomodados. Uns se retiraram dali. Foram para frente alguns. Outros resmungavam. E um não resiste e grita: - ei mamãe joga a fralda pela janela!... Ninguém aqui aguenta mais essa catinga de coco de bebê. Tenha dó! E todos caíram na gargalhada. Não havia um que não risse dessa situação hilariante que ficou insuportável, porque o cheiro daquela frauda era horrível e se espalhou por todos os cantos do lotação.
                Os que estavam ali dentro não viam a hora de descer daquele balaio de gato fedorento.
                Essa viagem foi o fim da picada. E pensar que todos os dias aqueles cidadãos têm que tomar uma condução para o seu trabalho! Ninguém merece!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

CELULAR ENROLADO NUMA FOLHA DE JORNAL



                 CELULAR ENROLADO NUMA FOLHA DE JORNAL


                             Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
    Um simpático velhinho entrou no ônibus, colocou o seu cartão no local apropriado, próximo à roleta, junto ao cobrador, a luzinha verde acendeu e ele passou para o outro lado. Sentou-se num banco amarelo indicado para idosos. Acomodou sua maleta surrada, que parecia muito pesada, em seu colo.
    O ônibus seguia o seu destino e lá pelas tantas, aquele idoso abriu sua maleta e fuçando daqui e dali, aparentava não encontrar o que estava procurando. Então pediu para a passageira que estava ao seu lado para ligar para o seu celular, porque não o estava encontrando.
    A passageira ligou para o número indicado e o celular tocou dentro da maleta daquele senhor inquieto. Ele mais do que depressa foi tirando de dentro de sua maleta tudo, calça, camisa, relógio, lenço, pedaço de pão, caneta, uma cadernetinha, outro lenço cheio de pregas de melecas amareladas, por sinal, bastante usado, uma caixa de fósforos “beija flor”, daquelas antigas, uma binga, uma ratoeira e até, pasmem, uma cueca samba-canção, amarrotada e pelo visto usada e, finalmente, para alívio de todos os que presenciavam aquela cena desconcertante, encontrou o seu tão procurado celular, enrolado em um pedaço sujo de papel de jornal.
    Os passageiros que acompanhavam aquela procura riam, riam a valer, para desapontamento daquele simpático velhinho que expunha sua dentadura, num sorriso amarelo.

CELULAR EM LOCAL INUSITADO


                                    CELULAR EM LOCAL INUSITADO

                                    Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas

    Num dia de semana, bem calorento, dentro de um ônibus
lotado, de repente um celular começa a tocar, num tom
muito peculiar. Ele, literalmente, “gritava”: - ó pobema, ó
pobema, ó pobema, ai uruuuuuu, segura trem feio. E
ninguém o atendia.
    O som foi aumentando, aumentando: - ó pobema, ó pobema, ó pobema, ai uruuuuuu, segura trem feio.
- que barulho é esse, gritava um.
- atenda esse negócio aí, pelo amooor de Deus, gente!
Exclamava outra.
- de quem é esse troço tão estridente?
- o som vem daquele lado ali!
    Os passageiros todos se voltavam para a direção de onde
saia aquele estranho som, cada vez mais alto: Ó POBEMA,
Ó POBEMA, Ó POBEMA, AI URUUUUU, SEGURA TREM
TREM FEIO.
    A horrível gritaria vinha da direção do tórax de uma
mulher que, desconcertada, virava o rosto para o outro lado.
    A menina sentada no banco ao lado, disse: - olha, o grito
vem de dentro daquela dona ali, apontando para a mulher
assustada, junto à janela, próxima à roleta.
    Alguns passageiros, impacientes gritavam: - moça atenda o celular!
    Um velhinho, intolerante, exclamou: - hoje as coisas estão pela hora da morte. É o fim do mundo. Como pode haver essa gritaria toda numa condução?!
    Outro gritou, do fundo do busão: - Ei dona, desliga esse negócio aí, não vê que está incomodando todo mundo?!
    Ela, então, morta de vergonha, sem jeito, e diante da insistência e olhares de todos, tomou coragem é tirou o estridente celular de dentro do sutiã, para alívio de todos.
    Os passageiros do ônibus, vendo aquilo, riam a valer, em meio a inúmeros comentários jocosos:
    - isso é lugar para se enfiar um celular?
    - esse aparelho estava bem guardando, hem!. Será por medo de ter o telefone furtado?
    A portadora do aparelhinho, tão bem guardado, deu o sinal e quando descia do ônibus ouviu, lá de dentro um grito de um passageiro: - ó pobema, e dava boas gargalhadas, acompanhado pelos demais ocupantes do busão, que exclamavam em coro: - ó pobema, ó pobema...

terça-feira, 3 de abril de 2012

AS MOCHILAS QUE ESTORVAM

                                           AS MOCHILAS QUE ESTORVAM

                                                      Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
            Elas estão, no ônibus, por todo o lado. Nas costas, ao lado, dependuradas, no chão, encostadas nos ombros do passageiro sentado, no colo de alguém que pediu, gentilmente, para carregá-la.
         O passageiro, portador de uma mochila, passa pela roleta com certa dificuldade. Se estiver um pouco além do peso essa transposição é, às vezes, dramática e até constrangedora.
         A moça carrega a mochila, que na maioria dos casos, é bem grande, cheia de coisas, notebook, pen drive, tablet, garrafinha d`água, cadernos, lenços, e uma quantidade de coisas e coisinhas que pesam e, também, no outro ombro, dependurada, uma bolsa linda, mas imensa e recheada de coisas úteis que só as mulheres transportam: batom, lápis de sobrancelhas, pente, celular, brincos, sapatilhas, e muitas bugigangas, sem falar nos bombons, balas e outras coisas.
         Certo dia, no banco da frente, uma garota portando, além de sua mochila, uma enorme bolsa. Toca um celular. Várias passageiras procuram em suas bolsas de onde vem aquele som que vai aumentando, aumentando, aumentando...
         Aquela moça do banco da frente, fuça sua bolsa, tira quase tudo de lá de dentro e não encontra o seu celular. Procura daqui e dali. O celular para de tocar. Não era o seu, porque um rapaz atendeu, era o dele que tocara.
         Mas aquela moça, inquieta, não se deu por satisfeita e continuou procurando, em sua bolsa, o celular e nada de encontrá-lo. Essa procura insistente e atabalhoada incomodou a vizinha de assento que se prontificou a ajudá-la e pediu a ela o número para discar para o seu aparelho. E assim fez. O celular tocou, a moça continuou procurando nas mil e uma repartições de sua grande bolsa. Nada de celular.
         Lá pelas tantas os demais passageiros próximos à moça apreensivos, porque ela ainda não havia encontrado o seu celular. O telefone parou de tocar. A vizinha, mais uma vez, discou o número e o telefone tocou. Um dos passageiros do lado, vendo aquele alvoroço, deu uma ideia:
            – Ei, procure na mochila!
            Foi um alívio. O celular daquela moça, já desesperada, estava a todo o tempo em sua mochila.
        

domingo, 1 de abril de 2012

ALÔ VOVÓ...

             ALÔ VOVÓ...



                                  Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas

                   

            A moça ao celular falava com toda a naturalidade, sentada numa poltrona dentro do ônibus lotado, à noitinha, alheia totalmente à quantidade de passageiros que atentamente ouvia a conversa.

            - Vó, sabe a calcinha, aquela que você me deu... estou usando... você não tem noção de como é confortável! Fabiana disse que é coisa de vó.

            - estou Vó indo para casa, cansadíssima. Pela manhã dei aula e à tarde tive aulas na faculdade. Está um sufoco.

            E assim, seguiam todos ouvindo aquela moça conversando com sua vovó, durante um bom tempo, no trajeto daquela condução, se dirigindo do centro para o bairro.

            Uma senhora idosa, ouvindo aquela conversa tão espontânea fazia cada expressão facial, ora de riso, ora de assombro entremeado com uma fisionomia de susto.

            Alguns sorriam. Outros fingiam que não estavam ouvindo, mas era quase impossível, porque a menina se expressava num tom bem alto, talvez porque imaginava que a vovó, no outro lado da linha, não a estivesse ouvindo muito bem.

            Despediu-se da vó e fez, em seguida, outra ligação, agora, para a amiga íntima. Aquela que é companheira das confidências.

            - querida, não acredito! Como ele pôde? É um mentiroso. Não te respeita. Você acreditou no que ele disse?

            - amiga todos são assim. Não se preocupe, o tempo dirá o que você tem que fazer.     

            Alguns passageiros não se continham e até se inclinavam para a frente, a fim de ouvir melhor. Outros, pelas expressões do rosto, demonstravam que não estavam entendendo bem o que acontecia.

            Finalmente, a garota deu o sinal e desceu com o celular ao ouvido e o que se passava do outro lado da linha ficou na imaginação dos ouvintes curiosos.

CELULAR INDISCRETO

CELULAR INDISCRETO

Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas*

Indo para casa, de ônibus, após um dia de trabalho vi uma passageira sentada à minha frente ao celular.

Falava, falava, ouvia, falava. Mais falava que ouvia. Todos na condução ouvíamos, porque o tom de voz era audível até ao final do veículo.
A conversa era variada. Saia de um assunto para outro e quem ouvia imaginava o outro lado do diálogo.


Não havia o cuidado da passageira em medir ou selecionar as palavras pronunciadas. Muitas não poderia reproduzi-las aqui. Por vezes, a indiscrição tomava conta do palavreado.


Lá pelas tantas, no trajeto da viagem, ouvi tanta coisa daquela conversa ao telefone que tive a impressão de que já conhecia a intimidade da pessoa. Falou de seu relacionamento amoroso, entrando, por vezes, em detalhes que devassavam a vida privada da jovem. Fiquei sabendo de coisas que não precisaria ter tomado conhecimento. Em determinados momentos ficava até “sem graça” de estar ouvindo coisas da vida privada que estavam ali naquela conversa, sendo expostas sem qualquer constrangimento ou escrúpulo.
Os demais passageiros do “busão” estavam atentos àquela conversa telefônica que atraia a atenção de todos, por ser tão desprendida e totalmente livre de censura e no comentário de alguns, “despudorada”.


Um esboçava o sorriso amarelo, outros viravam o rosto demonstrando desagrado e a maioria permanecia totalmente voltada para o “diálogo” inusitado, porque se ouvia apenas um interlocutor e o outro, imaginava-se o que dizia ou expressava.


Quem descia do ônibus o fazia com certo desconforto, porque em realidade queria continuar se deliciando com a audição propiciada pelo pequeno aparelho. Havia os que apeavam com pena de ter que descer naquele momento tão interessante da conversa.


Finalmente foi a minha vez de descer. Dei o sinal. Fiquei pesaroso de ficar impedido de continuar ouvindo aquele diálogo e ao sair do veículo e tomar o meu destino fiquei a pensar na facilidade que temos de expor e colocar para fora, sem qualquer pudor, as coisas que nos são tão íntimas e expô-las para que qualquer um as ouça ou veja, devassando ou, no pior dos casos, nos virando do avesso, dando-nos a sensação de vazio e fragilidade. Senti, nessa vivência, a discrição como um valor a cultivar nessa vida, em que vivemos mais para fora que para dentro de nós mesmos.
***